quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O tipo igualdade assim assim


O tipo igualdade assim assim

Segundo um artigo que li, ele pode comprometer seu futuro de uma maneira muitas vezes irreparável. É uma das maiores tentações da vida moderna. Às mulheres, é recomendado extremo cuidado!  

Ele é planejado e desejado  desde a adolescência  e costuma espalhar breve felicidade, entrega às mulheres  uma sensação de poder inimaginável, tanto que eles lhes trazem prazer...! Ele é tentador, é fácil, é rápido... É satisfação em qualquer lugar! Se elas o tem em suas mãos, ficam sem noção, e conviver com ele é verdadeiramente um grande risco. Algumas mulheres realmente ficam enroladas e passam histórias embaraçosas que não gostariam de contar nem a melhor amiga. Ele também é vilão em muitas vidas.

Apesar disso, é respeitado, valorizado, e a primeira sua primeira vez com ele, costuma ser de difícil acesso. Mas todas conseguem... É só fazer um esforcinho!  Esforcinho pode ser suar muito ou gastar QI. Depende da mulher, da idade, do que ela faz na vida e muitas vezes de sua profissão, de sua individualidade. Quando o aceitamos, claro que esperamos primazias e excelência, logo, grandes vantagens.

Geralmente é limitado, mas passa-se por algo inacabável e  infindo, tanto é seu status com elas. Transmite segurança e conveniência, dependo da sua situação... Se ela precisar, ele irá  socorrê-la. E não é exagero dizer: onde ela estiver.

 A maioria o conhece jovem, e nunca mais o esquecem. Poucas comentam sobre ele. Pouco há para se comentar! Ele quer e deve ser usado! É sua razão de existir. Falando em usar, esses tempos vi uma amiga minha (que nunca vou dizer o nome) fazendo justamente isso. Fiquei me perguntando por que uma pessoa daria tanta bandeira assim! Não era só ele, eram vários. Reparei em volta e ninguém se incomodava, se bem que nem perceberam...

Dizem que habitualmente seja traiçoeiro, e nem sempre cumpre o que  promete, que tem que se saber andar com ele, pois eles pode ser falacioso e  numa bobeada,  te ferrar.

Costuma andar com mulheres independentes e gastadeiras, mas também se dá ( e muito bem, com as que sabem economizar), ele sabe ser de todas...!  Mas viver mesmo, só com uma.  Atire a primeira bolsa uma mulher de verdade que nunca usou-o para seus fetiches e caprichos. Sem querer blasfemar, mas eu pessoalmente já o vi com uma bela mulher voltando de sua igreja. A coisa é séria. Não tem uma que escape. E se escapar, com certeza, não foi por que quis. Ele é um desejo que quando realizado, transforma-se em outros e outros... Pode ir um desejo escondido, discreto ou tímido a um desejo escancarado, ambicioso e... Permitido. O que não o é permitido nunca? Fazê-las passar vergonha.  Jamais. O resto? Todo o resto pode.

Praticamente todo companheiro sabe sim de sua existência e existem os marido coniventes! Exagero? Nãooooooooo!  Modernidade, camarada. E quanto maior o poder aquisitivo, maior o domínio dele. No começo parece uma coisa complicada, chifre na cabeça de cavalo, mas depois eles se acostumam. Fingem que não estão sabendo o que está acontecendo, mas no fundo se preocupam – e até muito- com essa relação “extra” de suas mulheres. Para cada tipo de homem, um tipo de mulher. E para cada tipo dessa mulher, ele.

Portanto,  existem os maridos controladores e os liberais, como tem os casos em que o marido finge que não vê, pois a mulher é quem administra tudo em casa e assim evitam-se certos conflitos.   

Elas enlouquecem de imaginar sua vida sem ele.  Aonde quer que vá, o primeiro pensamento que vem, é nele.  Aliás, muito antes de sair, já está com ele na cabeça... Nem é por desejar esse pensamento, mas parece que se esquecê-lo, tudo estará perdido.  Ele é sim, o fetiche dos fetiches.  É dependência? Sim. Mas amor, não.  As mulheres  sabem que amar mesmo é outro sentimento, aquele  que sentem  pelo marido, pelo filhos, por seus pais. Mas ele –entendam -  é um apoio, um companheiro para passeios muitas vezes escusos. Podia-se pensar que ele vive no pensamento, mas não. Ele não precisa ser pensado, ele é matéria. Ele é tocável, trocável. Ele não é como o marido que pode se amarrotar,cansar, enrugar e envelhecer .  Somos exigentes: se isso acontecer, é troca certa. 

Esquecendo um pouco as mulheres, os homens, como ficam nessa história? Em igualdade. Eles estão no mesmo patamar que as mulheres nessa relação com o cartão de crédito. Eu sou assim assim com o cartão do meu marido. Somos um grude!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Que assim seja



Ela nunca fez planos para quando se separasse.
Estava tudo pronto: as coisas dele arrumadas, sinal claro que ia mesmo embora. Fazia tudo calado, camisa por camisa, meia por meia... Antes ele dissesse algo, mas nem isso. Quer ver um homem deixar uma mulher péssima é ele calar a boca. Não tem coisa mais escandalosa e gritante que o silêncio masculino. Tentou em vão provocá-lo, tirar os bichos para fora, mas não teve jeito, parecia até haver calma naquele silencio agressivo...   

Para fugir daquela dor, pegou as crianças e saiu, a iludir-se de não fazer parte daquele momento. Não vê-lo ir seria como se não tivesse acontecido. Foi para a rua, choraram lá. Depois foi para casa da mãe, contou que estava se separando. Seu rosto tinha muita vergonha, falava como alguém que se desculpava. Ela sentia que havia falhado, casou para ser para sempre. Tinha planos de cuidar dele, dos filhos. Esse pensamento sempre a protegeu, era sua guarda. Tinha planos de ser esposa, confiava nele como um ser capaz de ampará-la e salvá-la das armadilhas, de mantê-la em segurança.   Mas agora era ex-esposa, era ela novamente a amparar-se.
Sentiu medo, dor, pavor. Tinha que voltar para casa,  para sua nova vida.
Ela nunca fez planos para quando se separasse. Sentia-se perdida e sem mapa. Tudo planejado, o que deu errado? O que seria dela, das crianças? Uma onda de pensamentos, ora absurdos e impossíveis, ora sonhadores e improváveis. Quanto mais se aproximavam da realidade, mais temorosos ficavam. Não encontrou saída, nem havia resposta para aquele momento.  Apenas um pensamento de exaustão se fixou, sem se dar conta: "que assim seja..."   
Chegou ao trabalho sorrindo uma dor alheia aos colegas, e por muitos anos, ninguém soubera dessa sua solteirice. Já de sua aflição e sofrimento nunca houve quem soubesse. O sorriso é um amo de disfarce humilde, que não reclama e nem lamenta o que não lhe foi permitido chorar. E que assim seja.